Senador Alexandre Giordano, depois de fazer um escândalo sobre suposto esquema de corrupção no Porto de Santos, recua e não encaminha denúncia ao MPF; Pomini diz que exoneração de apadrinhado irritou senador
Jair Viana Publicado em 10/03/2024, às 12h27
O senador Alexandre Giordano (MDB) não encaminhou denúncia contra o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, a quem acusou de vários casos corrupção. Giordano fez um levantamento e informou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) sobre o caso, mas recuou e não enviou ao Ministério Público Federal.
Segundo o senador, Pomini teria montado um esquema de corrupção na administração do maior porto do país, o de Santos. Na denúncia que apresentou, Giordano indicou que o empresário Giovanni Carbome Borlenghi, um dos sócios do Grupo Cesari seria o responsável por alimentar a corrupção no Porto. Sua empresa, a Cesari, presta serviço no local, sem nunca ter participado de qualquer licitação. Ele recebeu a visita inusitada de Anderson Pomini antes de ganhar espaço no Porto.
Na denúncia, Giordano, põe no epicentro do escândalo, o ministro dos Portos e Aerportos, Silvio Costa Filho e o presidente Autoridade Portuária, Anderson Pomini. Na época, o senador Rodrigo Pacheco recebeu pedido para convocar os dois citados para que eles fossem interrogados e prestassem esclarecimentos.
Em meio ao turbilão de acusações, Anderson Pomini disse informalmente, que a motivação do senador era pessoal. Pomini exonerou um dos apadrinhados de Giordano que atuava no Porto de Santos. Para Pomini, a exoneração não agradou ao senador.
Em resposta à reportagem, Pomini disse que o senador seria processado criminalmente por denunciação caluniosa e abuso de poder. Nos bastidores, Anderson Pomini ironiza o senador dizendo que ele "é um senador sem voto". Giordano era suplente do senador Major Olímpio, morto em 2020, vítima da Covid-19. Não se tem notícia sobre abertura de processo contra o senador por Pomini.
RECUOU
O senador Alexandre Giordano "amarelou" e não deu encaminhamento às denúncias. Ele havia dito que todo o seu levantamento seria enviado ao Senado, como foi, e ao Ministério Público Federal, o que não ocorreu até o fechamento desta reportagem.
Procurado neste sábado, pessoalmente e através de sua assessoria, o senador não respondeu aos questionamentos da reportagem. Ele não deu nehum retorno às mensagens deixadas em seu aplicativo, a exemplo do que ocorreu com a assessoria. Pomini também não respondeu às mensagens. Se eles se manifestarem, o texto será atualizado.
POMINI REAGE
Diante das denúncias, à época, Pomini se defedeu em nota onde fez uma cronologia dos fatos e providências que teria adotado ou adotaria. Veja a nota:
"1) Final do mês de Janeiro de 2024 - Envio constante de mensagens apócrifas aos funcionários da Autoridade Portuária de Santos (APS), com calúnias ao presidente da companhia.
2) Dia 5 de fevereiro de 2024 – O Conselho da Administração (Consad) da APS aprova a destituição de Antônio de Pádua de Deus Andrade, indicado pelo senador Alexandre Luiz Giordano, do cargo de diretor de Operações da Companhia. A substituição dos quatro diretores da APS foi uma medida natural diante da mudança no comando do Ministério de Portos e Aeroportos.
3) Dia 6 de fevereiro de 2024 – Ofício da Presidência da APS à Delegacia da Polícia Federal de Santos comunicando crime de calúnia/difamação, a partir da imputação de fato definido como crime, de forma falsa, realizada supostamente por integrante ou ex-integrantes desta APS, com a utilização do aplicativo Whatsapp como meio de propagação.
No comunicado à PF e pedido de adoção das providências cabíveis, a Presidência da APS ressalta: “A ação criminosa foi praticada de caso pensado e com data certa para ocorrer, pois era de conhecimento de todos os funcionários da empresa que no dia 2 de fevereiro de 2024, pela amanhã, a APS receberias a visita de autoridades, tais como o Presidente da República, o vice-Presidente, Governador do Estado, ministros, secretários estaduais, prefeitos, deputados federais e estaduais, inúmeras lideranças políticas estariam presentes no evento e, nitidamente, a circulação dos prints, em data próxima e anterior, certamente era de prejudicar a vítima diante das pessoas mais importantes da República”.
E mais adiante afirma: “Diante de diversas autoridades presentes na sede da APS, a vítima foi surpreendida pela propagação da mencionada mensagem eletrônica, inclusive entre os convidados, justificando a atual providência junto a esta unidade da Polícia Federal, possuindo a devida competência para a apuração do crime ora informado”.
4) Dia 7 de fevereiro – A Superintendência Jurídica da APS determinou providências internas imediatas para a apuração das denúncias do material apócrifo, junto à Corregedoria, e também a varredura do Setor de Tecnologia de Informação para apuração de eventual uso dos equipamentos públicos na disseminação das calúnias.
5) Dia 7 de Fevereiro – O senador Giordano (MDB) envia requerimento ao Ministério de Portos e Aeroportos pedindo informações sobre os fatos divulgados pelo Whatsapp.
Quanto às calúnias, a Presidência da APS fez todos os esclarecimentos ao Ministério de Portos e Aeroportos, com farta documentação comprobatória, para provar que todas são comprovadamente infundadas e fruto de lamentável retaliação por uma substituição natural para quem ocupa cargos comissionados no serviço público".
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