Crimes

Vítimas de violência sexual precisam esperar quase um ano para atendimento em Santos

A cada três dias, uma vítima de violência sexual registra queixa em Santos

Vítimas de violência sexual precisam esperar quase um ano para atendimento em Santos - Imagem: Reprodução/Freepik
Vítimas de violência sexual precisam esperar quase um ano para atendimento em Santos - Imagem: Reprodução/Freepik

Manoela Cardozo Publicado em 29/04/2024, às 11h17


Em Santos, a espera por atendimento no Programa de Atenção Integral às Vítimas de Violência Sexual – Paivas, pode se estender até 10 meses.

Conforme informações do Boqnews, o caso mais antigo, aguardando atendimento psicológico e assistencial desde junho do ano passado, é apenas um exemplo de uma lista de espera em crescimento constante.

Criado em 2003, o programa enfrenta uma carência crítica de profissionais, incluindo assistentes sociais, médicos e psicólogos, essenciais para o suporte às vítimas de violência, especialmente crianças e adolescentes, que representam 72% dos casos em Santos.

A falta de espaço físico adequado para o atendimento agrava a situação, especialmente para aqueles que residem em áreas periféricas e dependem de serviços públicos. A pandemia intensificou ainda mais o problema, aumentando os casos intrafamiliares, nos quais o agressor compartilha o mesmo espaço que a vítima.

Durante a pandemia, o número de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual cresceu significativamente. Até dezembro passado, havia uma demanda reprimida de 35 casos sem atendimento, e desde então, a lista de espera só aumentou.

A realização de uma audiência pública recente, promovida pela vereadora Débora Camilo (PSOL), revelou que a lista de espera agora conta com 41 casos, enquanto apenas 14 estão sendo atendidos. A falta de profissionais levou o Paivas a suspender o atendimento a novas vítimas.

Apesar das promessas de contratação de dois novos profissionais, o problema persiste há anos, como evidenciado por um documento enviado pela Comissão Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil de Santos (CEVISS) ao Ministério Público.

A expectativa é que a situação seja resolvida até o final do semestre, com a contratação de novos profissionais e a disponibilização de um espaço apropriado e exclusivo para o programa.

Enquanto isso, a Prefeitura de Santos mantém um fluxo de atendimento que prevê uma resposta em até 72 horas e acompanhamento multiprofissional por pelo menos seis meses, conforme detalhado em seu site oficial.