Processo foi arquivado devido à inoperância ou ausência de equipamentos na cabine de comando do avião
Alanis Ribeiro Publicado em 13/08/2024, às 10h11
Há dez anos, o avião ocupado por Eduardo Campos, então candidato à presidência, caiu no dia 13 de agosto de 2014, em Santos. O acidente resultou na morte do político e de outros seis tripulantes, além de ter destruído casas e empreendimentos ao redor.
A aeronave Cessna 560XL Citation Excel, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, em Guarujá (SP). O avião caiu em um terreno baldio, cercado por comércios e prédios residenciais, no bairro Boqueirão, em Santos.
No início, os moradores que ouviram a explosão começaram a especular e criar teorias sobre o que poderia ter acontecido.
Enquanto isso, a poucos quilômetros do local do impacto, havia a informação de que a aeronave com o candidato à presidência havia abortado a aterrissagem em Guarujá devido ao mau tempo.
Logo após a abortar a aterrissagem, a aeronave perdeu contato com o controle de tráfego aéreo. Em pouco tempo, a confirmação veio: o avião que transportava Eduardo Campos havia caído.
Além de Eduardo Campos, morreram no acidente: Alexandre Severo e Silva, fotógrafo; Carlos Augusto Leal Filho, assessor; Pedro Valadares Neto, assessor e ex-deputado federal; Marcelo de Oliveira Lyra, cinegrafista; e os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins.
Os destroços da aeronave atingiram residências próximas ao local da queda. Dez pessoas sofreram ferimentos leves e foram levadas a hospitais da região, onde receberam alta em seguida.
Queda de helicóptero ou avião?
De acordo com Roberto Lago, na época comandante do 6º Grupamento da corporação em Santos (SP), o Corpo de Bombeiros foi chamado para atender a ocorrência de uma possível queda de helicóptero.
Mas a confirmação que se tratava de um avião veio quando os bombeiros encontraram o manual da aeronave intacto sobre os escombros.
Mas o que ocasionou a queda?
A Polícia Federal, em 2018, concluiu o inquérito sobre o acidente e identificou quatro possíveis causas.
O Ministério Público Federal (MPF) arquivou o processo, em 2019, sem determinar a causa exata do acidente, alegando que era impossível definir a causa devido à inoperância ou ausência de equipamentos na cabine de comando do avião.
Mas em novembro de 2023, o advogado Antônio Campos, irmão de Eduardo Campos, solicitou a reabertura do processo. A Justiça Federal encaminhou o pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR), que, no entanto, concluiu que não havia elementos suficientes para reabrir as investigações.
Além da família dos tripulantes mortos na queda do avião, outras dezenas de famílias foram afetadas pelo acidente, que destruiu residências e empreendimentos. Dez anos depois, muitas ainda buscam indenizações.
Benedito Juarez Câmara, de 78 anos, proprietário de uma academia atingida pela aeronave, revelou ao g1 que gastou cerca de R$1,9 milhão para reconstruir seu negócio. Ele está envolvido em dois processos em segunda instância: um por lucro cessante e outro por danos morais.