Pandemia afetou tragicamente famílias no litoral de SP
Gabriela Thier Publicado em 08/12/2024, às 15h48
Um estudo conduzido pelos Cartórios de Registro Civil em São Paulo indicou que, anualmente, aproximadamente 89 menores de idade tornam-se órfãos de pelo menos um dos progenitores na cidade de Santos, localizada no litoral do estado.
A análise detalhou que, em 2021, a pandemia de Covid-19 foi responsável por cerca de um terço das mortes de pais ou mães, afetando diretamente 28 das 96 crianças que perderam um dos responsáveis naquele ano.
Os dados apresentados foram obtidos através da comparação entre os Cadastros de Pessoas Físicas (CPF) dos falecidos e os registros de nascimento dos filhos, abrangendo o período de 2021 a 2024.
De acordo com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP), que consolidou os dados por meio do Operador Nacional do Registro Civil (ON-RCPN), houve a contabilização de 96 órfãos em 2021. Em 2022, o número foi reduzido para 78, mas voltou a subir para 86 em 2023. Até outubro do presente ano, o total já havia alcançado 99 crianças.
A Arpen ressaltou que até meados de 2019 não era obrigatória a inclusão do CPF dos pais nos registros de nascimento, o que dificultava a correlação precisa entre os documentos. Esta exigência foi efetivamente implementada a partir de 2021, proporcionando maior precisão aos dados.
Conforme informações fornecidas pela entidade, esses dados são cruciais para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes, permitindo que instituições governamentais elaborem estratégias adequadas para lidar com o aumento da orfandade no país.
Em termos estaduais, o levantamento revelou que aproximadamente 8.600 menores perdem ao menos um dos pais anualmente em São Paulo.