Diante de pessoas especializadas na matéria que irá abordar, tome o cuidado de não desenvolver o conteúdo de forma muito superficial
Reinaldo Polito Publicado em 21/07/2023, às 09h54
Parta sempre do seguinte princípio: se estiver bem preparado para falar sobre determinado tema, dificilmente haverá alguém na plateia que conheça mais a respeito do assunto que você. Não se esqueça de que elegeu cuidadosamente os pontos a serem desenvolvidos, pesquisou cada detalhe da sua apresentação, avaliou as possíveis objeções que poderia enfrentar. Enfim, você é quem domina os passos da sua exposição. Não há o que temer.
Diante de pessoas especializadas na matéria que irá abordar, tome o cuidado de não desenvolver o conteúdo de forma muito superficial. Se agir assim, o público interpretará que as informações são muito elementares, básicas, sem atrativos e logo se desinteressará pela mensagem. Aprofunde o discurso até o ponto que possa estar de acordo com as expectativas da plateia.
Pergunte aos responsáveis
Por isso, é importante fazer sempre uma boa avaliação do público. Os responsáveis pela organização do evento poderão ajudar. Dirão a você qual a formação e atividade dos participantes. Além desses dados, talvez consigam informar também quais as expectativas que os ouvintes têm pela palestra.
Será que desejam apenas saber mais sobre o que será exposto? Será que gostariam de alguma recomendação para ganhar mais dinheiro? Mais perspectivas profissionais ou indicativos importantes para seus empreendimentos? Ou, ainda, mais tranquilidade na manutenção de seus negócios?
Pergunte aos próprios ouvintes
Com esse levantamento em mãos, terá condições de dar um direcionamento especial para ir ao encontro dessas necessidades. Temos de estar sempre conscientes de que as pessoas só se interessarão por uma apresentação se perceberem que consumirão seu tempo para obter algum tipo de vantagem. Ao se darem conta de que terão benefícios, se concentram na mensagem e mantêm a atenção.
Não sendo possível obter essas informações com os organizadores, o problema poderá ser resolvido estabelecendo conversas informais com alguns dos presentes antes de iniciar. Se mesmo assim tiver dificuldade, nada impede que faça certas perguntas logo no começo. Com poucos questionamentos terá uma boa amostra sobre a formação e a experiência dos ouvintes.
Dedique-se a essa tarefa
O importante é que se dedique da melhor forma que puder para estar bem informado, pois só assim terá condições de saber como irá encaminhar a apresentação de acordo com as características da assistência.
Se, por acaso, o grupo for heterogêneo, formado de pessoas com larga experiência no tema, e outras que estão apenas se iniciando, há algumas saídas que poderão ajudar a não perder nenhuma das partes da plateia.
Não perca os ouvintes
A primeira atitude é a de descer a profundidade do assunto um pouco abaixo da metade entre um e outro público, de tal maneira que algumas explicações complementares possibilitem o entendimento de quem esteja despreparado, sem desestimular os que estão na esfera superior.
Outra cautela recomendável é a de explicar a matéria com a maior profundidade que puder, tendo em vista, assim, os especialistas. Na hora de dar os exemplos para ilustrar o que disse, conte histórias que estejam próximas da realidade daqueles que talvez não tenham acompanhado bem a teoria. Dessa forma, atenderá aos dois extremos dos ouvintes, aqueles familiarizados com a tese proposta, e os leigos, que necessitam de exemplos concretos para uma compreensão mais plena.
Deixe as perguntas para o final
Se julgar que ficará inseguro com as perguntas que os ouvintes possam fazer, estabeleça uma espécie de contrato com eles logo no início. Diga, por exemplo, que preparou uma sequência e que gostaria de cumpri-la em todas as etapas. Portanto, se alguém tiver alguma dúvida ou desejar explicações complementares, no final se colocará à disposição para tratar dos pontos sobre os quais tiverem interesse.
Esse procedimento é importante porque, se as perguntas surgirem durante a palestra e você não tiver respostas adequadas, o risco de perder a credibilidade é considerável. Sem contar que, de maneira geral, poucos se interessam em fazer perguntas ao final da apresentação. E mesmo que façam, se não tiver a resposta, poderá, com mais tranquilidade, fora do momento de pressão, se prontificar a pesquisar e informá-los posteriormente.
Se seguir essas sugestões, as chances de se sair bem diante de ouvintes que estejam inteirados do assunto aumentam bastante. Portanto, não fique preocupado, apenas aja de forma adequada e será bem-sucedido. Siga pelo Instagram: @polito
Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação e professor de oratória nos cursos de pós-graduação em Marketing Político, Gestão de Marketing e Comunicação e Gestão corporativa na ECA-USP. Escreveu 34 livros, com mais 1,5 milhão de exemplares vendidos em 39 países. Siga no Instagram: @polito pelo facebook.com/reinaldopolito pergunte no https://reinaldopolito.com.br/home/