A energia do primeiro dia

Uma das obras mais bem-sucedidas do palestrante Cesar Romão é “Superdicas para motivar sua vida e vencer desafios”. Assim que foi lançada, entrou para as listas dos livros mais vendidos do país. São 60 dicas, ou melhor, superdicas para orientar as ações dos leitores no seu dia a dia.

Para o primeiro capítulo, Romão escolheu uma sugestão preciosa: “A energia do primeiro dia”. O autor chama a atenção ao fato de algumas pessoas se dedicarem de corpo e alma para atingir determinados objetivos, mas que perdem o vigor e o empenho com o passar do tempo.

As lições

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Por isso, recomenda: “Lembre-se a todo momento da alegria de suas primeiras conquistas, lembre-se a todo momento dessa energia do primeiro dia. Aquela de quando você venceu alguma dificuldade. Ela não deve ficar no passado, mas no seu coração, a todo instante.”

Enfrentar os obstáculos na vida não é “privilégio” dos dias atuais. Desde sempre, o homem precisou superar desafios que pareciam intransponíveis. Aqueles que se dedicaram com disciplina, empenho e também, por que não, boa dose de fé, embora tenham perdido, fracassado, caído, acreditaram que esses caminhos pedregosos faziam parte da jornada. Sacudiam a poeira e reiniciavam com a mesma disposição das primeiras tentativas.

Os desafios são os mesmos

Nos dias de hoje, as dificuldades não são menores. Nem maiores. São, como sempre, dificuldades. Temos à nossa disposição a tecnologia que nos ajuda, e muito, a contornar os problemas que surgem a todo instante. De nada adiantará, entretanto, toda experiência, todo preparo acadêmico e intelectual, toda capacidade de análise e observação se não houver “a energia do primeiro dia” por parte de quem se dispõe a lutar. Aquela que o motivou a iniciar um negócio, a vencer uma competição, a desenvolver um projeto.

Talvez essa energia que serviu de motivação, de impulso, de alavanca seja, em certas circunstâncias, mais importante e significativa que o preparo. Há um fato bastante curioso.

Algumas empresas se preocupavam apenas em levar para os seus quadros jovens estudantes oriundos de “faculdades de primeira linha”. Em certos casos, não apenas escolhiam a qualidade da escola como observavam também se o aluno estava entre os primeiros classificados.

Aluno de primeira linha

Ninguém pode dizer que esse não é um bom critério de avaliação. Afinal, ao escolher os melhores alunos a organização estará mais bem-preparada para enfrentar a concorrência de mercado que se intensifica a cada dia. Dependendo da posição hierárquica do empregado, estará constantemente diante de situações em que tenha de tomar decisões relevantes.

De uns tempos para cá, todavia, não são poucas as empresas que, além de avaliar todos esses fatores, passaram também a levar em conta os “alunos de primeira linha”. São aqueles estudantes que, em certos casos, até não frequentaram as melhores escolas, que não obtiveram as melhores notas, mas precisaram enfrentar uma luta desafiadora para atingir seus objetivos.

Enfrentaram desafios

Tiveram de trabalhar durante o dia e estudar à noite. Consumiram madrugadas e finais de semana para se preparar para as provas. Renunciaram aos momentos de lazer na fase em que mais desejavam aproveitar a vida. Desde os primeiros anos escolares foram acostumados a tomar decisões, vender produtos, vencer concorrências, respeitar hierarquias.

Enfim, mesmo sendo jovens já estão com o couro duro e possuem larga experiência. Estão dotados de expedientes que os credenciam a ocupar posições que exigem algum tipo de conhecimento prático.

Como disse um amigo palestrante: “Ele fez faculdade, pós-graduação, mestrado no exterior, fala três línguas, mas não sabe conversar com clientes, participar de uma mesa de negociação, apresentar um projeto. Ou seja, não aprendeu a trabalhar”. Faltou a esse jovem testar a energia do primeiro dia. Aquela força indispensável para arregaçar as mangas e acreditar que todas as barreiras poderão ser vencidas e que no final haverá chance de um resultado positivo.

A mesma energia do começo

E cada um deve saber que essa motivação inicial precisa ser alimentada e realimentada em todos os instantes. Ter consciência de que as conquistas passadas não garantem necessariamente as conquistas futuras. Cada nova etapa exigirá a mesma disposição, a mesma energia e mesma dedicação que o levou até aquele estágio.

Por isso, sempre que for preciso continuar, lembre-se de como se comportou quando teve de começar. E aja como se estivesse começando novamente.

Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação e professor de Oratória nos cursos de pós-graduação em Marketing Político, Gestão de Marketing e Comunicação, Gestão Corporativa e MBA em Gestão de Marketing e Comunicação na ECA-USP. Escreveu 35 livros, com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos em 39 países. Siga no Instagram: @polito pelo facebook.com/reinaldopolito pergunte no https://reinaldopolito.com.br/home/