Laudo confirma disparo de policial militar como causa da morte
Marina Milani Publicado em 27/06/2024, às 08h42
Edneia Fernandes Silva, de 31 anos, morreu após ser atingida por uma bala perdida na cabeça enquanto estava em uma praça durante a Operação Verão em Santos (SP). O laudo da Polícia Técnico-Científica confirmou que o disparo foi efetuado por um policial militar.
Segundo o chefe da Comunicação Social da Polícia Militar, Coronel Emerson Massera, a ocorrência teve início com a perseguição a criminosos em atitude suspeita. Os suspeitos dispararam cinco vezes contra os policiais, levando um dos PMs a revidar com um único tiro, que infelizmente atingiu Edneia.
Massera lamentou profundamente o ocorrido e informou que o policial responsável pelo disparo foi afastado e transferido para outro batalhão. O caso está sendo tratado como homicídio culposo, pois não houve intenção de matar.
O marido de Edneia, Givaldo Manoel da Silva Júnior, expressou sua frustração pela demora na conclusão das investigações e clamou por justiça para sua esposa e seus filhos. Edneia deixou seis filhos, incluindo um bebê de pouco mais de um ano.
A Polícia Militar encaminhou o Inquérito Policial Militar à Justiça Militar, que dará continuidade ao processo. A instituição prometeu rigor na apuração dos fatos para garantir que todos os responsáveis sejam devidamente responsabilizados.
Thayna Santos, prima de Edneia, criticou a ação policial e afirmou que a comunidade busca viver em paz e criar seus filhos com dignidade. Ela condenou o tratamento dado às famílias da comunidade e pediu um amparo real.
O caso reacendeu o debate sobre a segurança e a atuação policial nas comunidades, levantando questões sobre a necessidade de protocolos mais seguros e eficazes para evitar tragédias como esta.
Edneia foi baleada por volta das 18h do dia 27 de março na Praça José Lamacchia, no bairro Bom Retiro, enquanto conversava com uma amiga. Testemunhas socorreram a vítima, que foi levada à UPA da Zona Noroeste e posteriormente transferida à Santa Casa de Santos, onde faleceu no dia seguinte.
Segundo o boletim de ocorrência, a perseguição começou quando os policiais da Rocam avistaram uma motocicleta em alta velocidade e ordenaram que o piloto parasse. Ao desobedecer, os suspeitos entraram na praça e dispararam contra os PMs, resultando no trágico desfecho.
A Polícia Militar apreendeu a pistola do policial e requisitou exames residuográficos. O caso foi inicialmente registrado como homicídio tentado e apreensão de veículo, e os suspeitos não foram encontrados.