As publicações causaram polêmica nas redes sociais
Manoela Cardozo Publicado em 29/04/2024, às 10h28
Um menino que surge em um vídeo atacando Carlos Teixeira, o adolescente que faleceu aos 13 anos, uma semana depois de outros colegas pularem sobre ele em uma escola em Praia Grande, no litoral de São Paulo, compartilhou em redes sociais respostas às ameaças que recebeu após a morte de Carlinhos.
A informação foi confirmada ao G1 no último domingo (28) pela advogada da família da vítima. Carlos Teixeira morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias, no último dia 16, enquanto estava internado na Santa Casa de Santos (SP). O jovem precisou de cuidados médicos após dois garotos pularem em suas costas em 9 de abril, na Escola Estadual Júlio Pardo Couto.
A advogada Amanda Mesquita declarou que as postagens foram feitas pelo mesmo rapaz que aparece atacando Carlinhos dentro de um banheiro na escola no dia 19 de março.
Amanda, no entanto, enfatizou que o adolescente não esteve presente quando os dois colegas pularam sobre a vítima, dias antes de seu falecimento. As capturas de tela, obtidas pela equipe de reportagem, foram encaminhadas à família de Carlos na quinta-feira (25).
Em uma postagem nas redes sociais, o rapaz escreveu que tem fãs ao som de uma música sobre mexeriqueiros e, em outra, afirmou que as pessoas pensam em tirar sua vida.
"Meus fãs", publicou nos stories do Instagram.
Segundo a advogada, estas postagens estão relacionadas às ameaças que o adolescente passou a receber da população por aparecer no vídeo do ataque em um banheiro da escola, conhecido como 'banheiro da morte' pelos alunos.
A responsável pela defesa afirmou que a família de Carlos sentiu uma mistura de indignação e impunidade ao ver as postagens do rapaz. No entanto, ela condena aqueles que estão ameaçando e perseguindo os adolescentes.
Amanda ressaltou que entregará ao delegado responsável as imagens das postagens. Segundo ela, este adolescente ainda não prestou depoimento.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso está sob investigação pelo 1° Distrito Policial (DP) de Praia Grande com o apoio da Diretoria de Ensino de São Vicente. Conforme informações, todos os fatos estão sendo analisados.
A mãe de outro garoto que aparece em um vídeo atacando Carlos alega que o filho está abalado emocionalmente e já recebeu ameaças de morte. A mulher destacou que, mesmo sem ser convocado, o filho compareceu ao 1º Distrito Policial de Praia Grande, onde o caso está sendo investigado.
Segundo ela, o rapaz enfrentará acusações de intimidação e agressão física em dois processos diferentes. Apesar de ter se apresentado à Polícia Civil, o rapaz passou a evitar locais públicos, com medo das ameaças.
O adolescente faleceu na terça-feira (16), na Santa Casa de Santos. Seu pai, Julisses Fleming, afirmou que o filho estava saudável e acredita que a morte ocorreu devido ao ataque que sofreu. O caso foi registrado na Polícia Civil e a causa do óbito ainda está sob investigação.
Julisses relatou que os médicos suspeitaram que a causa da morte fosse uma infecção pulmonar. Em comunicado, a Santa Casa de Santos confirmou a transferência da UPA Central, mas não pôde fornecer mais detalhes sobre o caso.
A declaração de óbito de Carlos Teixeira apontou a causa da morte como broncopneumonia bilateral. Este documento servirá como base para o atestado de óbito, que pode indicar a morte devido aos ataques e levar de 30 a 90 dias para ser concluído.
As últimas palavras de Carlos Teixeira foram sobre seu medo de falecer. Julisses contou à equipe de reportagem que, no hospital, mesmo com dores intensas nas costas e dificuldades respiratórias, o rapaz agradecia aos médicos e a Deus. No entanto, minutos antes de falecer, o homem teve que acalmá-lo. O adolescente repetia incessantemente que estava com medo de partir.
O médico clínico Carlos Machado explicou o significado de broncopneumonia bilateral. Segundo ele, trata-se de uma infecção mais abrangente do que uma pneumonia, geralmente causada por vírus e pode ser agravada por uma bactéria em ambos os pulmões.
Antes da declaração de óbito, Carlos Machado e o médico clínico Marcelo Bechara analisaram o caso com base em suas experiências profissionais e nas informações fornecidas pela equipe de reportagem. Ambos afirmaram que o peso excessivo nas costas pode ter causado um trauma - lesões causadas por um evento traumático externo ao corpo e que ocorre de forma repentina.
De acordo com Carlos Machado, o trauma pode ter sido uma fratura ou esmagamento da vértebra na coluna cervical, torácica ou até mesmo nas costelas. Marcelo Bechara acrescentou que, pelo mesmo motivo, ocorre uma parada cardiorrespiratória.
"O excesso de peso nas costas podem ter levado a um trauma que pode levar a um pneumotórax [...], [quando] o pulmão não consegue ventilar e uma hora chega a parada cardíaca mesmo", disse.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o caso foi registrado como morte suspeita e está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande. Conforme apurado, o corpo de Carlos será submetido a necropsia - um procedimento médico que examina a causa do óbito.
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