Déficit

Falta de policiais é o maior desafio das Delegacias da Mulher em SP, aponta pesquisa

A informação foi divulgada durante o lançamento da Frente Parlamentar em Prol das DDMs

Falta de policiais é o maior desafio das Delegacias da Mulher de SP, aponta pesquisa - Imagem: reprodução Senado Federal
Falta de policiais é o maior desafio das Delegacias da Mulher de SP, aponta pesquisa - Imagem: reprodução Senado Federal

Manoela Cardozo Publicado em 24/10/2023, às 13h34


A falta de recursos humanos é, neste momento, o principal desafio enfrentado nas Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) em São Paulo.

Isso é o que revelou uma pesquisa conduzida pela Frente Parlamentar em Apoio às DDMs, corroborando uma preocupação de longa data do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).

De acordo com a entidade, a Polícia Civil de São Paulo possui atualmente mais de 16,9 mil cargos vagos, representando um déficit de quase 40% em seu quadro de pessoal.

Esses dados foram tornados públicos recentemente durante o lançamento da mais recente Frente Parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Para realizar o estudo, foram entrevistadas 41 pessoas, todas com alguma conexão com o funcionamento de uma DDM ou da Polícia Civil. Esses entrevistados mencionaram 118 áreas que precisam de melhorias nas instalações. As informações foram agrupadas em sete categorias na análise final.

A conclusão é que cerca de dois terços das questões levantadas durante a pesquisa se referem à escassez de pessoal como o principal desafio enfrentado pelas DDMs no dia a dia.

Em segundo lugar, vem a necessidade de valorização das DDMs e dos policiais que nelas trabalham. A terceira questão mais mencionada é o aprimoramento do atendimento psicossocial às vítimas.

A falta de recursos materiais, a necessidade de adaptação e reformas nas instalações, treinamento dos policiais e outros problemas vêm em seguida.

Jacqueline Valadares, presidente do Sindpesp, destaca que o Estado de São Paulo abriga a maior rede de DDMs do país, com 140 Delegacias, e apesar das dificuldades, essas estruturas prestam serviços valiosos à população. No entanto, a delegada não subestima os desafios que precisam ser enfrentados, como evidenciado pela pesquisa divulgada recentemente na Alesp.

"Este estudo, inclusive, é fundamental como fonte de consulta e como instrumento de transformação e de modernização para o Estado poder investir melhor em suas DDMs. Estas Delegacias, afinal, são os pilares de apoio, de proteção e da Justiça para as mulheres vítimas de violência e, também, desempenham papel crucial na coleta de informações e na formatação de estatísticas quanto a casos de violência de gênero", explicou.

Jacqueline observa que as DDMs não só atendem a uma demanda "indiscutivelmente sensível" da população, mas também contribuem para respostas institucionais "mais eficazes". Portanto, o investimento em recursos humanos é fundamental.

A Frente Parlamentar em Apoio às DDMs é liderada pela deputada estadual Delegada Graciela (PL). Para Jacqueline, esse grupo proporciona uma oportunidade para ampliar as discussões no estado em relação ao trabalho de promoção e defesa dos direitos das mulheres, além de influenciar a formulação de políticas públicas nessa área.

“A ideia é que este trabalho garanta, ainda, mais investimentos para as Delegacias da Mulher em São Paulo, além de conceder mais visibilidade aos desafios enfrentados por estes equipamentos e seus profissionais”, disse.

Segundo Graciela, os dados da pesquisa serão em breve compartilhados com o Poder Executivo Estadual na forma de reivindicações.

“As informações colhidas também poderão se converter em ações do nosso mandato na Assembleia Legislativa. Queremos alcançar avanços práticos que permitam o fortalecimento, de fato, das DDMs. É preciso valorizar estas unidades especializadas ”, finalizou.

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