Mulher que foi violentada por 12 homens em festa de PMs tem novo diagnóstico

O caso é investigado pela Polícia Civil como estupro de vulnerável

Local onde aconteceu o crime. - Imagem: Reprodução / Google Maps | Acervo
Local onde aconteceu o crime. - Imagem: Reprodução / Google Maps | Acervo

Marina Milani Publicado em 03/03/2024, às 11h45


Uma mulher de 33 anos, que afirmou ter sido estuprada por 12 homens, incluindo 11 policiais militares, concedeu uma entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, onde compartilhou os terríveis efeitos psicológicos do crime ocorrido em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ela relatou ter sofrido de depressão como consequência do trauma, inclusive interrompendo uma gestação de quatro meses após descobrir que estava grávida.

Segundo o relato da vítima, o estupro ocorreu após ter sido dopada, mas ainda mantendo momentos de consciência, em uma casa alugada por um grupo de policiais militares no bairro Balneário Praia do Pernambuco. Ela também mencionou ter recebido uma oferta de R$ 20 mil a R$ 30 mil para não denunciar o caso às autoridades. A Polícia Militar instaurou uma sindicância para investigar o envolvimento dos agentes no crime ocorrido em julho de 2023.

Em sua entrevista, a mulher, cuja identidade não será divulgada, expressou sua angústia e medo, destacando que a violência sofrida a deixou em estado de alerta constante. Ela enfatizou que, apesar do sofrimento, encontrou forças nos filhos para enfrentar a depressão.

A vítima compartilhou que, após o estupro, só conseguia pensar nos filhos, que, mesmo sem compreenderem totalmente o que estava acontecendo, foram sua fonte de coragem para enfrentar a dor emocional.

Por conta da gravidez resultante do estupro, a mulher decidiu registrar um Boletim de Ocorrência para possibilitar o aborto legal em um hospital na capital paulista. Ela explicou que, embora soubesse quem eram os agressores, optou por não revelar seus nomes por medo das consequências.

O que dizem as autoridades

O caso é investigado pela Polícia Civil como estupro de vulnerável, e exames sexológicos e médicos foram requisitados para a vítima. A Polícia Militar também abriu uma sindicância para apurar a participação de seus agentes no crime. A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo enfatizou a gravidade da denúncia e afirmou que as investigações estão em andamento para garantir justiça à vítima.