Ouvidoria impõe medidas drásticas contra 11 PMs enolvidos em caso de estupro

Crime ocorreu em festa e envolve tentativa de suborno para evitar denúncia

Imagem ilustrativa. - Imagem: Divulgação / Policia Militar
Imagem ilustrativa. - Imagem: Divulgação / Policia Militar

Marina Milani Publicado em 04/02/2024, às 09h53


A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo solicitou o afastamento imediato dos 11 policiais militares denunciados por uma mulher de 33 anos, que afirma ter sido estuprada por eles e outro homem durante uma festa em Guarujá, no litoral de São Paulo. A PM informou que abriu uma sindicância para apurar a participação dos agentes no crime, enquanto a Polícia Civil conduz a investigação do caso.

A vítima alega ter sido dopada durante a festa realizada em uma casa alugada, onde os homens teriam organizado uma "fila" para estuprá-la. Mesmo em momentos de consciência, ela afirma ter sido violentada. A mulher revelou ainda ter interrompido a gestação por vontade própria em dezembro, durante o quarto mês de gravidez.

A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo emitiu um comunicado informando que oficiou a Polícia Judiciária para obter mais informações sobre o caso, incluindo laudos periciais. Além disso, a Ouvidoria enviou um ofício à Corregedoria da PM solicitando o afastamento imediato dos policiais das funções, assim que forem identificados, uma vez que seus nomes foram registrados em boletim de ocorrência em janeiro.

Relembre

O crime teria acontecido em 12 de julho de 2023, durante uma festa no bairro Balneário Praia do Pernambuco. A vítima, convidada para o evento, alega ter sido dopada enquanto ingeria bebidas alcoólicas e, após uma relação consensual com um dos presentes, foi estuprada pelos demais enquanto estava inconsciente.

Ao descobrir a gravidez em dezembro do ano passado, a mulher decidiu interromper a gestação, mas se deparou com a exigência legal de registrar um boletim de ocorrência sobre o estupro. Esse boletim foi feito na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em São Paulo, embora inicialmente tenha sido breve e sem detalhes, devido ao medo de represálias.

O advogado da vítima, Allan Kardec Campo Iglesias, destacou a natureza intimidadora do primeiro boletim de ocorrência e a falta de detalhes, ressaltando o temor da cliente.

Contudo, a situação se tornou ainda mais complexa quando os suspeitos, através de um policial militar não diretamente envolvido, tentaram suborná-la com valores entre R$ 20 mil e R$ 30 mil para evitar a denúncia à Polícia Civil.

Fingindo negociar, a vítima buscou obter mais informações sobre os autores do crime. Conversas por meio de mensagens mostraram as tentativas de suborno.

Polícia Militar, por sua vez, instaurou uma sindicância para apurar a possível participação dos policiais no crime.