SANTOS

Nota 'cliente trouxa' leva advogado a desistir de ação judicial contra ótica

Estabelecimento explicou que a situação decorreu de um erro, afirmando que a intenção era escrever "cliente trouxe"

Estabelecimento explicou que a situação decorreu de um erro, afirmando que a intenção era escrever "cliente trouxe" - Imagem: Reprodução/ Arquivo pessoal
Estabelecimento explicou que a situação decorreu de um erro, afirmando que a intenção era escrever "cliente trouxe" - Imagem: Reprodução/ Arquivo pessoal

Alanis Ribeiro Publicado em 22/10/2024, às 09h07


Erasmo Fonseca, de 47 anos, advogado, recebeu uma nota fiscal com a expressão "cliente trouxa" ao tentar trocar a armação de seus óculos no dia 3 de outubro, em Santos. Após considerar processar a ótica, ele decidiu desistir da ação depois de ver uma publicação nas redes sociais em que a funcionária admitia ter cometido um erro de digitação. 

O estabelecimento explicou que a situação decorreu de um erro, afirmando que a intenção era escrever "cliente trouxe", referindo-se à data da troca. Fonseca, que inicialmente pensou em acionar a ótica judicialmente, optou por não prosseguir com medidas legais após a funcionária assumir a responsabilidade pelo equívoco. Em declaração ao g1, ele expressou que perdoou a funcionária e que a exposição do caso poderia servir como reflexão e aprendizado para todos os envolvidos.

O episódio começou quando a armação dos óculos do filho de Fonseca, adquirida na mesma ótica dois anos antes, quebrou uma semana após a troca das lentes. Após a loja inicialmente recusar a troca, Fonseca ameaçou buscar seus direitos na Justiça, o que gerou um desentendimento com a equipe. Após conversar com um supervisor, uma nova armação foi oferecida.

Na retirada do novo produto, Fonseca notou o insulto no recibo. Segundo ele, a funcionária tentou imediatamente corrigir o erro, explicando que houve confusão entre as palavras "trouxe" e "troca". Apesar do incidente, Fonseca disse que não foi desrespeitoso e expressou desapontamento com o tratamento recebido.

A funcionária, que preferiu não se identificar, relatou ao g1 estar profundamente abalada pela situação e ter necessitado de atendimento médico devido ao estresse. Ela ressaltou que insultos não fazem parte do procedimento padrão da empresa nem refletem seu caráter pessoal.

Em nota oficial, a ótica defendeu-se das acusações de intencionalidade no erro e mencionou um comportamento supostamente agressivo por parte do cliente. O estabelecimento lamentou o mal-entendido e reafirmou seu compromisso com boas práticas no atendimento.

Apesar do perdão concedido à funcionária, Fonseca afirmou que não pretende retornar àquela unidade da ótica até receber um contato formal da administração da loja. Ele ainda aguarda uma resposta.