As últimas pesquisas mostram Bolsonaro em vantagem sobre Lula, aumentando suas chances de voltar ao Palácio do Planalto
por Reinaldo Polito
Publicado em 28/03/2025, às 13h17
Apesar de inelegível, Bolsonaro continua afirmando que irá concorrer ao cargo de Presidente da República em 2026. Faz parte do jogo político. Estamos acostumados a ver, durante as campanhas, candidatos sem nenhuma chance de vitória afirmarem que vencerão as eleições. Não poderiam agir de forma diversa, caso contrário, perderiam votos de seus eleitores.
No caso de Bolsonaro, há uma estratégia por trás de seu otimismo. Como seu julgamento tem componentes políticos e, dizem alguns, até mais políticos do que jurídicos, ele precisa continuar contando com a força de seus seguidores. Por isso, tem planejado manifestações em todos os cantos do país.
Pesquisas apontam vitória de Bolsonaro
Se conseguir uma virada no julgamento, que parece caminhar para condená-lo, possui enormes chances de chegar mais uma vez ao Palácio do Planalto. As últimas pesquisas o colocam à frente com larga vantagem sobre seu principal concorrente, Lula.
Sua determinação e capacidade de resiliência impressionam. Logo após a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) aceitar a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) no suposto golpe de 8 de janeiro, o ex-presidente fez um pronunciamento de 50 minutos em frente ao Senado para se defender e atacar o STF.
Bolsonaro não se escondeu
Não sobrou pedra sobre pedra. Criticou o ministro Alexandre de Moraes, defendeu o voto impresso, contestou as urnas eletrônicas. E não mediu palavras para afirmar:
“A julgar pelo que lemos na imprensa, estamos diante de um julgamento com data, alvo e resultado definidos de antemão. Algo que seria um teatro processual disfarçado de justiça, não um processo penal, mas um projeto de poder que tem por objetivo interferir na dinâmica política eleitoral do país.”
Discurso para apoiadores
Se o seu discurso não sensibilizar os ministros que irão julgá-lo, ao menos servirá para fortalecer a união dos seus apoiadores e deixar para a população o seu lado da história
Vamos imaginar que ele não consiga reverter a situação e seja mesmo condenado. Ainda assim, sua força política poderá ser suficiente para colocar na presidência o candidato que patrocinar. Dois que estão de olho nessa vaga são Romeu Zema, governador de Minas Gerais, e Tarcísio Gomes de Freitas, governador de São Paulo, ambos adversários de Lula.
Elogios de Zema e de Tarcísio
Esta semana, os dois elogiaram Bolsonaro. Tarcísio disse: “Bolsonaro é a principal liderança política do Brasil, e assim seguirá. Sabemos que esse não é o primeiro e não será o último desafio a ser enfrentado, mas sabemos também que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada.” Discurso irretocável de um parceiro de primeira hora.
Zema também tentou fazer a sua parte: “O maior líder da oposição ao governo do PT é Jair Bolsonaro. Espero que a justiça seja feita e que ele recupere seus direitos políticos.” Foi bom, mas quem sabe ler nas entrelinhas percebe que, lá no fundo, ele estava com o freio de mão puxado.
Diferenças quase sutis
Há diferença entre aquele que afirma “a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada” e quem diz “espero que a justiça seja feita e que ele recupere seus direitos políticos”. Enquanto um caminha de braços dados, o outro apenas observa à distância.
Sem contar que Tarcísio já deu inúmeras provas de sua lealdade ao ex-presidente. Enquanto Zema, por diversas vezes, por oportunismo político, fez críticas contundentes a ele. E mesmo sendo governador de um estado estratégico do ponto de vista eleitoral, como Minas Gerais, parece hesitar quando o assunto é vestir com firmeza a camisa do bolsonarismo.
Só no último instante
Nessa disputa para ver quem será o indicado pelo maior líder da direita hoje no país, leva vantagem o governador de São Paulo.
Tarcísio diz que não quer se candidatar e que o candidato será Bolsonaro. Sabemos, todavia, que na política esse é o discurso que se deve adotar. Esperto como já demonstrou ser, sabe que, se resolver enfrentar esse desafio, essa declaração só poderá ser dada aos 45 do segundo tempo, isto é, em abril, quando precisará se desincompatibilizar do cargo.
Por enquanto, todos caminham a passos planejados nesse tabuleiro político, um jogo que, mesmo sem Bolsonaro na urna, ainda gira em torno de sua figura.
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