Temos de refletir ainda se alguma área pode mesmo sobreviver sem a interdisciplinaridade
Reinaldo Polito Publicado em 25/08/2023, às 10h54
Cada vez mais as pessoas se defrontam com o dilema: saber muito de pouco, ou saber pouco de muito? Será que essas questões são mesmo excludentes? Será que para saber um pouco de muitos assuntos é preciso abandonar o objetivo de se aprofundar em determinada matéria? Ou vice-versa?
A interdisciplinaridade
Temos de refletir ainda se alguma área pode mesmo sobreviver sem a interdisciplinaridade. O Direito, por exemplo, não pode prescindir da Filosofia, Sociologia, Ciência Política, Economia, Psicologia, Oratória. Sem contar que advogados, promotores, juízes, pela própria característica da atividade, devem ter bom domínio da Língua Portuguesa. E, dependendo da especialidade que abraçaram, também de matemática.
Da mesma forma, só para tomarmos outro exemplo, a Administração, além de todas as áreas mencionadas na interdependência com o direito, precisa da “ajuda” de conceitos da Contabilidade, Estatística, Gestão de Pessoas. Na verdade, todas as profissões, embora tenham seu próprio âmbito de conhecimento, são dependentes direta ou indiretamente dos mais diferentes ramos do saber.
Um caso prático
Esta semana, confirmando a importância dessa interligação entre as mais distintas esferas de informações, fui convidado para proferir palestra aos advogados da Cogna Educação, uma das mais importantes organizações educacionais do mundo. Estão sob seu guarda-chuva empresas renomadas como Kroton, Platos, Saber, Somos Educação, etc.
Entre os vários livros que escrevi, eles publicam a obra “Oratória para advogados e estudantes de direito”. Como fizeram recentemente um espetacular relançamento dessa publicação, com displays expositivos e forte promoção nas redes de livrarias, imaginei, naturalmente, que o interesse dos advogados seria para eu falar sobre esse tema. Para minha surpresa, entretanto, o briefing que me passaram pedia que a apresentação não contemplasse o Direito. Deixaram claro que a finalidade era a de capacitar esses profissionais para que dominassem outras competências relacionadas à função que exercem.
Um livro diferente
Argumentaram que, mesmo sendo advogados, todos atuam também em tarefas de gestão e assessoria que exigem a boa comunicação para apresentar seus projetos e propostas de maneira eficiente e objetiva, pois só assim poderão atingir os resultados determinados pela empresa.
Para deixar ainda mais clara essa finalidade, distribuíram a cada um dos participantes não o livro “Oratória para advogados”, mas sim “Os segredos da boa comunicação no mundo corporativo”, que escrevi em coautoria com Rachel Polito.
O humor
Citei a advocacia apenas para fazer algumas brincadeiras com o fim de tornar a apresentação mais atraente. Esse é um recurso fundamental para quem fala em público. Como o pensamento é muito mais rápido que a velocidade das palavras, o risco de os ouvintes criarem um foco de atenção viciado é considerável, ainda mais quando são muitos conceitos técnicos, como no caso desse tipo de palestra.
Dessa forma, de tempo em tempo, depois de vários aspectos desenvolvidos, era preciso descontrair o grupo com histórias e anedotas que fizessem os ouvintes permanecerem com a atenção no conteúdo exposto. No final, os comentários foram todos positivos. Disseram que o encontro foi muito proveitoso, até mais do que se a apresentação tivesse sido exclusiva para a atividade específica deles.
Indo além
Portanto, independentemente da carreira que você tenha abraçado, além de conhecer com profundidade cada detalhe das funções que exerce, será importante também que mantenha sempre o interesse por assuntos que estejam relacionados aos seus afazeres. A associação de ideias e a busca de argumentos que robusteçam suas teses poderão em boa parte das vezes estar em setores do conhecimento aparentemente alheios à sua formação.
Essa busca de um saber mais amplo e abrangente dá ao profissional o respaldo de que precisará para ser cada vez mais bem-sucedido em seu projeto de vida.
Dias atuais
Nos dias de hoje, a narrativa que alguns adotam para se afastar de novos campos de conhecimento com o argumento de que “isso não é comigo” não encontra mais amparo na realidade. Tudo tem a ver conosco. Especialmente o domínio das técnicas de oratória, já que a habilidade de falar bem em público é exigida em qualquer área em que esteja atuando ou venha a atuar.
Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação e professor de oratória nos cursos de pós-graduação em Marketing Político, Gestão de Marketing e Comunicação e Gestão corporativa na ECA-USP. Escreveu 34 livros, com mais 1,5 milhão de exemplares vendidos em 39 países. Siga no Instagram: @polito pelo facebook.com/reinaldopolito pergunte no https://reinaldopolito.com.br/home/
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