Fãs pensaram que seria a última música do show dele
por Reinaldo Polito
Publicado em 04/01/2025, às 09h12
Nem sempre conseguimos manter o equilíbrio e refrear nossos ímpetos. Quantos de nós já perdemos a calma em situações inesperadas, para depois nos arrependermos profundamente? Reagir no calor do momento é uma falha comum, mas, em algumas circunstâncias, precisamos nos conter, custe o que custar. Quando acontece, torna-se inevitável que as consequências se espalhem como um "Deus nos acuda".
Foi o que aconteceu com Roberto Carlos na última quinta-feira, 26 de dezembro, durante um show na praia do Pina, em Recife. Bastante irritado, o Rei chamou a atenção de pessoas que estavam próximas ao palco: "Vocês podem desocupar e pararem de se reunir aí na frente do palco, por favor? Por favor, saiam daí, senão a gente não continua esse show." A bronca foi direta, e o tom de voz mostrou o quanto ele estava incomodado com a situação.
A história se repete
Essa, porém, não foi a primeira vez que o cantor perdeu a calma em uma apresentação. Em 14 de julho de 2022, durante um show no Rio de Janeiro, Roberto Carlos, conhecido por seu comportamento tranquilo no palco, já havia demonstrado irritação com a plateia.
Naquela ocasião, houve um equívoco: os fãs pensaram que seria a última música do show e se aproximaram do palco, falando alto e causando uma grande agitação. Irritado, o cantor tentou pedir calma: "Já que vocês vieram até aqui antes da hora, façam silêncio." Nem todos obedeceram. Roberto então afastou o microfone e gritou, sem rodeios: "Cala a boca, p*rr*."
Opiniões divididas
Dias depois, ele tentou se explicar: "Espera acabar a canção, Jesus Cristo. É que, se não, eu posso ficar nervoso. E, quando fico nervoso, p*rr* sai sem querer, viu?! Meu negócio não é falar, é cantar. Quero cantar falando tudo o que eu sinto."
Parecia que esse tipo de cena não se repetiria mais. Mas agora, no fim de 2024, ele voltou a "pôr ordem na casa". E, mais uma vez, o público dividiu opiniões. Muitos o apoiaram, considerando justa a reprimenda diante do desrespeito. Outros o criticaram severamente, chegando ao ponto de afirmar que ele está ultrapassado e deveria parar de se apresentar.
As críticas passaram do ponto
É uma crítica injusta. Roberto Carlos continua em plena forma. Não só em sua voz, mas também no ritmo de suas apresentações. Só em dezembro, ele fez shows em Natal, Recife, Macapá e Belém – uma maratona que poucos artistas conseguem acompanhar.
A indignação do cantor é compreensível. Quem já cantou ou falou em público sabe como é difícil manter a concentração com o barulho ou desrespeito de alguns na plateia. Em certos momentos, parece que a melhor solução é mesmo interromper e confrontar quem está atrapalhando.
O caso de Oscar Schmidt
Quem tem experiência em apresentações, entretanto, sabe que isso pode ser um grande erro. Reagir impulsivamente cria antagonismo com o público e prejudica a imagem de quem está no palco. Um exemplo ainda lembrado é o de Oscar Schmidt. Conhecido por suas palestras cativantes, o ex-jogador de basquete enfrentou dificuldades em Caruaru, há dez anos, ao falar para alunos da Fadire.
Ele chegou atrasado ao evento, não teve os recursos audiovisuais que havia planejado e, diante de uma plateia inquieta, perdeu o controle. Grosseiro e proferindo palavrões, viu mais de 500 pessoas abandonarem o auditório em protesto.
A responsabilidade é de quem fala
O que deu errado? Primeiro, a pontualidade é essencial. Um palestrante experiente deve se adaptar às adversidades. Mesmo sem projeções ou imagens, Oscar poderia ter usado sua presença e histórias para conquistar a plateia.
Em vez disso, irritou-se e perdeu uma oportunidade de mostrar sua habilidade como orador. Certamente, ele deve ter se arrependido, assim como Roberto Carlos provavelmente não ficou satisfeito com a sua reação em Recife.
O xerife deve ser outro
Ninguém gosta de mostrar ao público um lado mal-humorado ou temperamental. Essa não é a imagem que os fãs esperam de seus ídolos, e tampouco é uma faceta que os artistas gostam de exibir. Por isso, Roberto Carlos tem razão, mas está errado.
Ele tem o direito de exigir respeito em suas apresentações, mas o papel de mediador ou "xerife" não deveria ser dele. Situações como essas precisam ser resolvidas pela equipe do artista, enquanto ele permanece focado naquilo que faz de melhor: cantar e encantar.
Quem sabe, da próxima vez, o Rei delegue a função de contornar conflitos a alguém de sua equipe e mantenha sua atenção totalmente voltada à música. Assim, qualquer incidente será apenas um detalhe, e ele continuará reinando absoluto no palco, com razão – e sem estar errado.
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